sábado, 20 de fevereiro de 2010

DISCERNIMENTO DA VOCAÇÃO SACERDOTAL

O Discernimento da vocação sacerdotal



Escfrito por Ricardo bezerra

Deus chama, a Igreja deve discernir.
O sacerdócio é um dom livre que vem de Deus, portanto, ninguém pode determinar a quem Ele deve chamar e a quem não. Como princípio, as portas do seminário estão abertas a todos os que se sentem chamados. Não há discriminação ou seleção infundada.
Mas o sacerdócio é um ministério eclesial e, como tal, algo que a Igreja deve “ligar ou desligar” (Mt 18, 18). Não necessariamente todos os que batem à porta do seminário têm uma verdadeira vocação. É imprescindível um trabalho de discernimento.
No fundo, todo o período de formação, especialmente no início, é um período de discernimento, tanto dos responsáveis pela formação, como do próprio candidato, é importante que seja bem analisada a possibilidade de que exista vocação no momento de admitir um jovem em um centro formativo.
Importante, antes de tudo, para o próprio candidato. O respeito que qualquer jovem merece exige que ele seja convidado ou admitido ao seminário somente se houver indícios claros de que esse é o caminho de sua vida. Seria injusto admiti-lo sem critérios para logo ter de dizer-lhe que esse não é seu lugar, com os traumas, atrasos em sua carreira, etc., que esta experiência poderia acarretar.
Importante também para os demais candidatos. Um seminarista que se sente desorientado, que não se identifica com a vocação sacerdotal, pode ser um elemento negativo no seminário. Se forem numerosos os candidatos inseguros, reticentes ou sem as devidas qualidades, será difícil conseguir o ambiente formativo.
Discernimento, portanto, sério e atento. Também quando se tem a impressão de que as vocações são escassas. O que é preciso então é encontrar jovens com verdadeira vocação, não jovens que comecem, sem ela, um caminho que não deveriam iniciar. Não se trata simplesmente de preencher vagas em uma instituição humana, mas de acolher aqueles que são chamados pelo Senhor. A pergunta de fundo, portanto, será sempre: este jovem terá sido verdadeiramente escolhido por Deus?
Critérios para um correto discernimento vocacional
A resposta a essa pergunta tem somente o “dono da messe”. Não existem sistemas para detectar infalivelmente a presença de uma vocação sacerdotal, por isso, o primeiro dever de quem tem a delicada responsabilidade de admitir os candidatos é rezar. Pedir com humildade a luz do Espírito divino para que ilumine sua mente e a mente do jovem que deseja ingressar ao seminário.
No entanto, pode-se contar com alguns critérios que ajudarão a descobrir a vontade de Deus, na medida em que isto for possível. Em cada circunstância diversa, segundo os tempos e lugares, será preciso considerar certos fatores concretos e específicos, mas pode-se também falar de alguns critérios gerais que se derivam da própria natureza da vocação e da missão sacerdotal, além das exigências da formação necessária para essa vocação e missão.
Podemos agrupá-los em relação a dois critérios globais que estão intimamente relacionados: o julgamento sobre a idoneidade do candidato, e o julgamento sobre a existência real do chamado divino.
Discernimento da idoneidade do candidato
• Conhecimento do candidato
Portanto, a primeira coisa é conhecer bem a índole do jovem que pede para entrar ao seminário. Isso significa que a pessoa encarregada pela admissão deve falar com ele calmamente e, se for possível, várias vezes. Muito ajuda também o conhecimento de sua família e de seu ambiente social, às vezes, podem ser sumamente reveladores. Conhecer o candidato é conhecer também sua história: a educação recebida, trajetória espiritual e humana, alguns eventos ou situações que possam condicionar seu futuro, etc.
A psicologia pode, da mesma forma, dar uma ajuda neste campo. Não parece exagerado considerar que, sempre que for possível, se deveria fazer um bom exame psicológico antes de decidir definitivamente uma admissão. Um exame sério e científico, realizado e interpretado por um psicólogo que – além de sua competência profissional – demonstre conhecimento e estima da vocação sacerdotal. Se o psicólogo for sacerdote, melhor ainda. Em alguns casos especialmente duvidosos ou difíceis, poderia ser aconselhável também uma entrevista pessoal com um psicólogo que reúna as condições que acabamos de mencionar.
Tudo isso indica que a admissão de um aspirante não pode ser precipitada, exige-se um tempo suficiente para conhecê-lo e, inclusive, para que ele mesmo se conheça melhor em relação ao passo que pensa dar. Às vezes, esse tempo se prolonga ao longo de todo o período do seminário menor; outras consistem em um processo de amadurecimento da idéia vocacional com a direção de algum sacerdote conhecido, ou ainda freqüentando o próprio seminário. Em alguns lugares, são realizados cursilhos vocacionais, úteis também para esta necessária etapa de discernimento.
• Saúde física e mental
A idoneidade para o sacerdócio compreende diversos aspectos da pessoa. Antes de tudo, se requer uma saúde física suficiente para poder levar as exigências da vida de formação no seminário e colaborar depois, como operário diligente, na vinha do Senhor. Poderia haver algumas exceções em alguns casos determinados, mas deveriam ser realmente exceções, e serem motivadas por razões importantes.
Mais difícil de avaliar, mas não menos decisiva, é a idoneidade psicológica. Não é o momento de nos deter para comentar os diversos aspectos implicados neste campo, mas basta recordar que é preciso contar com uma psicologia sã para que se possa pensar na existência da vocação. O sacerdote é chamado a orientar e guiar às outras pessoas. Poderia ser aplicada aqui, estendendo um pouco o sentido, a pergunta de Paulo em sua primeira carta a Timóteo: «Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus?» (1Tm 3, 5).
Podem surgir casos de pessoas com uma psicologia que, dentro da normalidade, dá indícios de ser débil, complicada ou instável. O responsável pela admissão ao seminário não sempre poderá discernir, de um momento para outro, se existe ou não idoneidade. Prudência, sensatez, experiência e talvez um pouco de tempo darão a melhor resposta.
Resulta mais fácil discernir quando se trata de casos que se aproximam ou entram no âmbito da patologia. Estando diante de um caso de psicose, a decisão é clara: não há cura possível; é inútil enganar-se ou enganar o jovem. Havendo somente sintomas de algum tipo de neurose, se teria que analisar muito bem o caso para chegar a uma conclusão conveniente. De qualquer modo, neste campo não se pode proceder superficialmente porque as conseqüências poderiam ser graves. Se existirem dúvidas sobre a admissão, será preciso contar com a colaboração de especialistas.
• Algumas virtudes fundamentais
Seria absurdo pretender que quem ingressar ao seminário possua as virtudes e qualidades do sacerdote ideal. Se fosse assim, já não seria útil o período do seminário. No entanto, é fundamental que o candidato possua uma base humana e cristã suficientes para que seja possível construir, sobre este alicerce, o edifício da formação sacerdotal. O principal, portanto, não é que o candidato já possua as virtudes do bom sacerdote, mas que tenha a capacidade de adquiri-las.
Por outro lado, existe uma série de virtudes e qualidades que são necessárias para que o jovem candidato possa segui-las com proveito até chegar à ordenação.
Pensemos, por exemplo, na sinceridade. Uma pessoa de duas caras e insincera dificilmente poderá amadurecer adequadamente, se submeterá – talvez – a algumas normas externas enquanto não o estiverem vendo, mas nunca viverá o imprescindível processo de auto-formação. Da mesma forma, é fundamental a capacidade de viver comunitariamente e de colaborar com as outras pessoas. Se um jovem, por seu temperamento ou sua educação, for radicalmente incapaz de conviver, compartilhar, dialogar, colaborar é difícil pensar que conseguirá se formar devidamente em um ambiente que é comunitário e que, futuramente, como sacerdote, saberá ser aberto aos demais para servi-los durante o exercício de seu ministério.
É conveniente também que exista um fundamento sobre o qual construir a identidade espiritual do candidato. Ele precisa de, pelo menos, um mínimo de conhecimento e vivência da fé, além da capacidade de viver com coerência a vida da graça: o sacerdote é o homem de Deus, o ministro que aproxima os homens da vida divina e a restitui com o perdão quando eles a perdem. Se um jovem se apresentar com costumes de pecado tão arraigados que parecerem realmente insuperáveis, se terá de pensar seriamente antes de deixá-lo prosseguir. Não se deve desconfiar da potência divina, mas também não devemos tentar a Deus.
• Capacidade intelectual
É preciso também analisar a capacidade intelectual do aspirante. Chamado a ser professor e guia, ele terá que se preparar profundamente em campos que exigem uma dedicação acadêmica séria, como a filosofia e a teologia. A história da Igreja nos revela casos eloqüentes de sacerdotes santos, porém com escassos dotes intelectuais. No entanto, não se deve menosprezar este requisito. Seria injusto admitir um jovem que pudesse depois se sentir frustrado diante das dificuldades dos estudos sacerdotais, ou que tivesse de deixar o seminário por não ter a suficiente capacidade para completar os estudos.
Quanto à formação acadêmica prévia, normalmente é preciso procurar que o aspirante ao seminário maior esteja dotado da formação humanística e científica com a qual os jovens de sua própria região se preparam para realizar os estudos superiores[2].
• Ausência de impedimentos canônicos
Um último parâmetro exigido para medir a idoneidade do aspirante será a atenção aos impedimentos perpétuos ou simples que o direito canônico estabelece para ter acesso às ordens[3]. Seria inútil e irresponsável admitir ao seminário alguém que não poderá chegar à meta deste caminho.
Discernimento da existência do chamado
A presença das qualidades exigidas para o sacerdócio é necessária, mas não suficiente. Não basta constatar que um jovem tem as qualidades e condições necessárias para admiti-lo ao seminário. É preciso ver se realmente existe uma “vocação”, porque aqui o termo “vocação” não se refere a uma tendência humana a uma ou outra ocupação profissional. Aqui o sentido da palavra é estrito: trata-se de um chamado divino, histórico e pessoal.
No entanto, se é difícil discernir a idoneidade objetiva do candidato ao sacerdócio, muito mais será compreender se existe ou não o chamado divino. Ali se trata do mistério do homem, aqui estamos diante do mistério de Deus.
• Reta motivação
O primeiro a levar em conta é a motivação que induz o jovem a fazer sua petição, para poder compreender se está fazendo assim porque considera que foi chamado, ou por alguma outra razão.
É preciso que seu gesto seja completamente consciente e livre. A existência de um condicionamento sério, externo ou interno, deve levar à cautela. Se faltasse liberdade, seria preciso evitar que desse esse passo.
Deve-se constatar, portanto, que o aspirante saiba bem, na medida do possível, o que significa e envolve a vocação e a vida sacerdotal. Comprovar que não está pedindo para entrar ao seminário levado por alguma pressão – por exemplo, de um familiar – ou por causa de uma frustração ou desengano amoroso, ou ainda movido pelo medo do mundo e das lutas que implica enfrentá-lo.
Não somente: existem casos – atualmente muito menos, mas existem – de jovens que pedem para entrar ao seminário para fazer carreira. É preciso estar atentos, de modo particular, quando os pais de um rapaz estão empenhados em que seu filho ingresse ao seminário menor: poderia se tratar somente de uma tentativa de fazê-lo estudar em um centro bom e econômico.
Permiti-lo seria desvirtuar o sentido do seminário e diminuir sua eficácia formativa em relação aos que lá estão pensando no sacerdócio; talvez também seria prejudicar o próprio jovem, que se sentiria forçado a viver em uma situação de engano e em um ambiente com o qual não se identificaria.
• A voz de Deus
Vamos supor que o jovem vem com a reta intenção de ser sacerdote porque crê que Deus o chama. Um primeiro conselho indispensável é sugerir que ele intensifique sua vida de oração, para depois analisar juntos seus desejos e motivações. Servirá para detectar possíveis fenômenos de auto-sugestão, pressão ambiental, etc., servirá também para ajudar o futuro seminarista a aprofundar sua experiência de escutar a voz de Deus. Uma experiência que poderá ser definitiva para o resto de sua vida de seminarista e de sacerdote. Às vezes, Deus se faz ouvir no interior da pessoa, de modo íntimo e direto.
Outras vezes, Deus fala, sobretudo através de circunstâncias, marcantes ou aparentemente insignificantes. Em certas ocasiões, Sua voz ressoa vigorosa e insistente no coração do jovem; outras vezes (a maioria) é como uma brisa suave, quase imperceptível (cf. 1Rs 19, 12b). A uns o Espírito lhes faz experimentar o amor de Cristo que merece tudo, a outros os ajuda a ver lucidamente que a messe é grande e os operários são poucos; a outros, os convida a simplesmente seguir a vocação para a qual foram criados. Uns jovens vêm entusiasmados com sua vocação, outros gostariam de se rebelar contra a vontade divina, mas não podem ir contra o Onipotente. Existem aqueles que vêem tudo com uma claridade diáfana, e outros que somente suspeitam que podem ter sido chamados...
Neste campo, não há que procurar certezas absolutas, nem pedir evidências. Basta uma faísca, basta essa suspeita, para poder e ter que dizer: “Vejamos”. Na verdade, toda a etapa de formação, sobretudo os momentos iniciais, é um período de discernimento vocacional. Se Deus não chama, mas permite que a generosidade de um jovem o leve a empreender esse caminho, por algum motivo será... Nunca será um erro, aos olhos de Deus, o desejo e a decisão de um jovem de dar-Lhe tudo!
[1] Cf. Marcial Maciel, La formación integral del sacerdote, p. 234-241.
[2] CIC 234 § 2; cf. RFIS 16.
[3] Cf. CIC 1040-1403.

O QUE É VOCAÇAO

- Vocação é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana.
- É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem.
- É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus.
- É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão.
- Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.
- Deus elege por causa de alguns (comunidade) e esta eleição se manifesta no nosso dia a dia.
A mensagem do Evangelho à um convite contínuo a seguir Jesus Cristo. Vem e segue-me. (Mt 9,9 ; Mc 8,34; Le 18,22; Jo 8,12).
VEM-CHAMADO: é um convite pessoal dirigido por Deus a uma pessoa.
SEGUE-ME - MISSÃO: é o seguimento da prática de Jesus.
É uma iniciativa gratuita, proposta que parte de Deus (dimensão teológica). Impulso interior de cada pessoa onde conscientemente responde ao plano de amor de Deus (dimensão antropológica).

Para compreendermos em profundidade o significado da vocação, precisamos fazer a distinção entre: VOCAÇÃO FUNDAMENTAL e VOCAÇÃO ESPECÍFICA
A) VOCAÇÃO FUNDAMENTAL: Entendemos por vocação fundamental o chamado de cada pessoa: à vida, a ser Filho de Deus, a ser Cristão, a ser Igreja. A tomar consciência de que todos somos irmãos e fazemos par te do Reino de Deus.
Pela revelação sabemos que todos os homens foram chamados por Deus a santidade (Gn 1,26; 2,7; lPe 1,15-16). É um chamado a desenvolvermos plenamente todas as nossas potencialidades. Todas as vocações específicas derivam desta vocação fundamental.
Pelo Batismo todos fomos chamados a viver a Santidade. A P.V. deveria ser a Pastoral daVocação Fundamental, sob a qual é possível descobrir a Vocação Específica.

B) VOCAÇÃO ESPECÍFICA: Entendemos por vocação específica a maneira própria de como cada pessoa realiza a sua vocação fundamental, como leigo, sacerdote ou religioso.
As vocações específicas são três: LAICAL - RELIGIOSA E SACERDOTAL

COMO DEUS CHAMA ?

- PESSOALMENTE E PELO NOME
- PELOS VALORES QUE NOS ATRAEM
- PELA COMUNIDADE
- PELAS NECESSIDADES DO MUNDO E DA IGREJA
- ATRAVÉS DE MEDIADORES DIRETOS
O Tempo da Quaresma
O que quer dizer Quaresma?
A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.
Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira (até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive - Diretório da Liturgia - CNBB) da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
Qual o significado destes 40 dias?
Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
O que os cristãos devem fazer no tempo de Quaresma?
A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.
Ainda é costume jejuar durante este tempo?
Sim, ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
O que é a Campanha da Fraternidade?
O percurso da Quaresma é acompanhado pela realização da Campanha da Fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário.
A Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-política do país, marcada pela injustiça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a Campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A partir do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla participação dos 16 Regionais da CNBB que recolhem sugestões das Dioceses e estas das paróquias e comunidades.
Como começou a Campanha da Fraternidade?
Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN, com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
Este projeto se tornou nacional no dia 26 de dezembro de 1963, com uma resolução do Concílio Vaticano II, a maior e mais importante reunião da igreja católica. O projeto realizou-se pela primeira vez na quaresma de 1964. Ao longo de quatro anos seguidos, por um período extenso em cada um, os Bispos ficaram hospedados na mesma casa, em Roma, participando das sessões do Concílio e de diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências. Nesse contexto, nasceu e cresceu a Campanha da Fraternidade.
Qual é a relação entre Campanha da Fraternidade e a Quaresma?
A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.
Quais são os rituais e tradições associados com este tempo?
As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da Semana Santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.
Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.
Depois, vem a celebração da Sexta-feira da Paixão, também conhecida como sexta-feira santa, que celebra a morte do Senhor, às 15 horas. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.
No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O Senhor nos convida

Amados irmao o Senhor nos convida a viver intensamneto o chamado de Deus em nossas vida der uma oportunidade a Deus para ele te fazer feliz.

UMAS OTIMA SEMANA PARA TODOS